quinta-feira, 9 de junho de 2011

Almanaque

... estrutura precária, salas desconfortáveis, biblioteca fechada, portão quebrado, bebedouro pingando, lâmpadas queimadas, quadro de giz rachado, apagadores rasgados, cozinha mal equipada, falta de merenda, etc, etc, etc ...
Estas caracaterísticas poderiam ser de muitas escola espalhadas pelo país, já que muitas são dotadas desse plantel de características, porém, estou falando especificamente da Escola Estadual Manoel Agostinho de Almeida, que fica na localidade de Campos Novos, Município de Iracema, Roraima.
Posso falar com particularidade sobre essa escola, já que sou professor contratado pela Secretaria de Educação de Roraima, para lecionar aqui. Vou tratar da escola, e em outra oportunidade tratarei da localidade (Campos Novos).




A escola atende aos três níveis do ensino básico (infantil, fundamental e médio), funcionando nos três turnos. Leciono nos turnos da tarde e noite, sendo 3 turmas de tarde (1º, 2º e 3º ano do nível médio) e duas turmas de noite (2º e 3º ano do nível médio, que são as únicas que funcionam nesse horário).



Apesar das características que citei acima estarem presentes na escola, não há apenas "coisas" ruins aqui não. Como exemplo, posso citar que na escola funciona um campus da Universidade Virtual de Roraima (que oferece cursos de Graduação, Extensão, Sequencial de Pós-Graduação) e que há conexão com internet via satélite (Programa GESAC <http://pt.wikipedia.org/wiki/GESAC> e apesar de algumas reclamações, funciona bem viu...). Num é a banda que tinha na Unicamp, mas ajuda.

Claro que há muito o que melhorar, inclusive em relação ao que é bom. Vendo estes pontos de forma crítica e não se contentando com "pouco" é uma forma de caminharmos... "Para que sirve la utopia? Para eso sirve: para caminar".

Não perco da idéia, nem desvalorizo, as questões que sempre me fazem (seja aqui no interior, ou na capital), que são duas basicamente: se estou gostando de viver aqui; até quando ficarei aqui.
A minha situação e  o histórico respaldam essas perguntas. Sou da cidade, não tenho vínculo original nenhum com o local, sou contratado provisoriamente, divido meu tempo entre a capital e o interior. Todos os demais provisórios, ao ter uma "melhor" oportunidade na capital, foram embora e deixaram os alunos sozinho (o que parece ser um prática comum no interior de Roraima).
Além disso, talvez, o que mais motive esses tipos de questionamento é minha titulação, o que pode parecer muito aqui - já que sou o profissional com melhor titulação na escola e que tenho maior experiência em relação às Universidades que já frequentei e com o que e quem trabalhei, no tocante a saber acadêmico e ciência - mas nem é tanto, dado de onde vim (a última universidade que estudei) e a formação de meus colegas (é bem provável que seja o menos "titulado" entre os colegas que foram formados na mesma turma que eu). Enfim, a minha formação/titulação num tem nada a ver (diretamente) com minha permanência na escola, ou o tempo que ficarei aqui... sem falar que, título de graduado em uma Univ. Federal num é nada de mais e um de mestre na Unicamp também não (tudo bem, alguém vai dizer: ah, mas é a elite intelectual do país; seu esforço pra conseguir; os resultados obtidos e todo aquele bla bla bla...). Tudo bem, voltando ao mundo real, isso num vale muita coisa não!

Não creio que, os professores de escola de comunidades rurais, ou de lugares afastados dos "grandes centros" devam ser pessoas com pouca experiência, com baixa titulação, pessoas de "vocação" que aceitem trabalhar pelo "amor" ao que fazem e ganhando pouco (o que não é o caso aqui em Roraima - comentarei um pouco mais, jajá), vendo a depreciação do ensino público de base e não se mobilizarem por acharem que já é bastante "dar educação para esse povo" e, de novo, todo aquele bla bla bla bla bla e muitos outros blas.

Claro que, o ideal seria que as pessoas daqui, com vivência daqui, e experiências locais, fossem os professores das pessoas daqui (os antopólogos e teóricos da educação podem falar melhor que eu sobre isso), mas enquanto há possibilidades, me ponho a disposição para lecionar aqui. O que não concordo é com a idéia de que uma pessoa com doutorado (mesmo que seja um honoris causa), ou PhD, pós doutorado, ou qualquer outro título "grande" (ou uma pessoa de grande conhecimento "formal") não possa ser professor de escola rural, ou de ensino básico.

 Lá vem mais um devaneio.

- Imagina se o Patativa do Assaré tivesse sido aluno do Ariano Suassuna, ou se a Clarice Lispector desse aulas pra Cora Coralina, ou ainda se, o Aurélio Buarque, Darci Ribeiro, Milton Santos, Florestan Fernandes, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, e muitos outros grande nomes fossem os professores de outros tantos Josés, Marias, Franciscos e Franciscas????
- Claro, que isso num dá né seu abestado!
- Tudo bem, não dá. E se... se pegássemos o legado desses grandes, e colocássemos a disposição dos jovens brasileiros, fazendo com que esses pequenos tivessem contato com suas idéias?
- Mas, como fazer isso, se alguns desses já morreram, e pouca coisa deixaram em vídeo? 

- Talvez um livro!? 
- Será que dá certo, permitir que as "crianças" leiam???
- Pode ser que sim. Disponilizando livros pra população, eles podem ter contato com idéias, mundos, realidades, pessoas, etc. Com isso, eles até podem criar suas próprias idéias, posicionamentos políticos, fazer suas próprias críticas, etc...

- Boa, muito bom. Vamos tentar!

Pois é, nesse caso, nossa escola parece com muitas outras no país já que os livros não chegam, ou quando chegam não são suficientes, ou até não são os livros que foram solicitados. A escola até tem uma biblioteca, que fica fechada, porque as crianças costumam bagunçar tudo, já que não há um adulto pra ficar lá tomando conta e fazendo os empréstimos. Há alguns títulos muito bons, mas são poucos, mesmo assim, não percebi nenhum incentivo direto ao hábito de leitura dos alunos, fazendo com que não haja uma busca pela biblioteca, consequentemente, não há a pressão ou solicitações para que a biblioteca, que serve de depósito de livros, seja aberta.

Essa semana foi feita a escolha dos livros didáticos, dentro no FNDE.
A escolha é feita a partir da avaliação dos professores, do material indicado pelo programa (livros que já passaram por um edital feito pelo MEC e seguiram vários parâmetros e devem ter um conteúdo mínimo) e que deverá chegar aos alunos, segundo os levantamentos de dados das Secretarias.
A avaliação não é feita com os livros, e sim pelas resenhas que são elaboradas por uma equipe do MEC - muito doido o negócio, já que é uma avaliação indireta. O pessoal que fez as análises é bem criterioso e experiente, pelo visto, e o resultado do que eles apresentam, parece ser condizente com o que está no material mesmo.

Bem, mas o que me deixa meio "coisado" com isso, é que, vendo as resenhas, os sumários dos livros, e tudo aquilo, me senti novamente no Ens. Médio. Vi que os livros, e tudo (ou quase tudo) me parecia igual ao meu tempo de aluno!

Poxa, depois de mais de 15 anos, os livros não mudaram nada!?
E cadê todas aquelas teorias educacionais, propostas de educação diferenciada, educação transformadora, libertária, e tudo mais, que os subversivos da educação falam tanto?
Parece que, os alunos do Ens. Médio de hoje são tratados da mesma forma como eu fui, onde recebia conteúdos empacotados, quase sem ligação de um com outro dentro da mesma disciplina (imagina entre disciplinas...). Tudo aquilo com um objetivo básico: prestar o tal vestibular. Como disse, cadê o ensino que prepara pra vida, a libertação por meio da educação, os temas que podem ser tratados por várias áreas do conhecimento, etc, etc, etc?
Até quando, as políticas de governo (o que acho que deveria ser política de estado!) que cuidam da educação, vão tratar nossos jovens como caixas de guardar informações? Quando vamos tentar fazer nossos jovens pensar, interpretar, conhecer, questionar (ah tá, talvez seja esse o ponto... uma geração que questione), buscar um modo novo de ver a vida?
Se o Ministério continuar engolindo esses materiais, que não fazem pensar, aliado ao trabalho de professores que não querem alunos pensantes, vamos formar mais e mais gerações de "apertadores de botões". Se nossos alunos começarem a ser comparados com os chineses, não se preocupem, é que a Matrix está funcionando - o que acho que já está! "

O maior truque já realizado pelo diabo foi convencer o mundo de que ele não existe." (Mario Quintana).






Alguém já ouviu falar em valorização do aluno?
Vou tentar terminar o post falando disso.



Esse mês chegou parte do fardamento dos alunos (como tem poucas crianças com o pezinho de zamba, fiquei com um  tênis pra mim, e peguei uma mochila também), pois eles vêem de outros lugares, ou da própria Secretaria, quando sobra. Pelo visto, é bem assim que funciona, quando sobra material, chega nas comunidades mais distantes. By the way, pelo que vi, lendo o Diário Oficial, há uma briga por conta de contratos não muito corretos, entre a Secretaria de Educação e a empresa que fornece o material (incluindo problemas com qualidade e preço dos itens oferecidos).



Da mesma forma, ou de modo parecido, é o que acontece com a merenda (se bem que há implicações mais sérias nesse caso). Quando algum gestor da escola vai à capital, eles trazem o material pra fazer a merenda, pois a Secretaria não faz chegar até aqui os mantimentos. Quando o que há na dispensa está perto de acabar, busca-se mais na capital. A cada vez que se vai, pode-se pegar mantimentos que deveriam dar pra 20 dias, porém, como nunca é possível trazer os 25 itens da lista da merenda (nesse mês de maio foram entregues apenas 17 itens), a merenda nunca chega pro mês inteiro - e olha que os adultos, do turno da noite, não costumam receber merenda pra fazer sobrar pras crianças dos turnos da manhã e tarde...


Pelo que já vi, se a Associação de Pais e Mestres (APM) estivesse funcionando, seria possível ela mesma receber recursos que viriam para a compra da Merenda Escolar (algo parecido com auto gestão da merenda) e a compra de parte da merenda poderia ser feita diretamente dos produtores locais, incentivando a Agricultura Familiar (amparado pela Lei 11.947). Ai sim, seria ideal, já que não faltaria comida, a merenda seria bem mais diversificada e natural... sem falar que, saberíamos de onde vem. Quem sabe né!?!?!?!?!?
Quando tem merenda, é mais legal... e a meninada fica mais "alegre"!



Pois é, por essas e outras, podemos falar que nossa escola é bem parecida com muitas outras por ai. Um ponto que a diferencia em relação a muitas outras é o plano de carreira que os professores do Estado de Roraima possuem - que parece ser o melhor do Brasil. Pena que eu num tô dentro dele, já que sou apenas um contratado temporariamente.
Só para terem idéia, um professor graduado, dando aulas aqui onde leciono, ganharia algo perto de R$ 3.000,00. Se eu pudesse adicionar minha titulação, logo após o probatório, ganharia algo perto de R$ 5.000,00, ah, para trabalhar apenas 25h semanais! Tendo dois contratos (o que é permitido), um professor com mestrado vai receber alguma coisa perto de R$ 10.000,00.
Mesmo assim, tenho que engrossar a massa que pede pra ser valorizada, enquanto professor (mas aqui num vale falar de salário não, que isso fique bem claro!) Falta de material, estrutura, bla, bla, bla... ok, ok, concordo! E vamos que vamos. (ah, tem um bando de professores que vão ao Paraguai fazer mestrado, já que um Decreto Estadual valida automaticamente os cursos feitos no âmbito do Mercosul - essa história é meio cabulosa! vá enteder...).

Como disse um pouco acima, vou tentar fechar o post com algo que me deixa bem pensativo, e até chateado/preocupado.
Muito se fala da valorização dos professores, principalmente depois do alarde que fez o pronunciamento da Profª Amanda Gurgel, o que apoio e concordo com quase tudo.





Ainda assim, não lembro de ter visto uma campanha nacional pela valorização do aluno.
Nem todo aluno será professor, porém, todo professor é ou foi aluno. Valorizando o aluno, a chance de termos um professor valorizado é maior.

Pelo que vejo dos meus colegas, e pelo que consigo lembrar das aulas do colégio, percebo que poucos professores se questionam o motivo de seus alunos estarem ali, escutando aquela enxurrada de informações, muitas delas que nunca serão usadas nas vidas deles!
Qual é o objetivo da educação? Quais os conteúdos que os alunos precisam realmente aprender?
A Secretaria de Educação nos entrega um documento como sendo o conjunto de conteúdos que os alunos precisam "saber" no final do ano letivo, tratando um aluno da capital, da mesma forma que um aluno aqui na zona rural, não pontuando questões locais e práticas cotidianas desses alunos. Com isso, vejo que meus pares não avaliam aquelas informações, e fazem meus alunos engolir um monte de informações que eu não creio que sejam necessárias pra vida deles.

Para exemplificar (trato de casos que vejo aqui na escola):
o professor de matemática fala sobre PA e PG, quando a maioria dos alunos do Ens. Médio não sabem dividir e multiplicar; a professora de Biologia trata de algas no Reino Monera mas não trata de um modo natural pra evitar de "pegar malária"; o professor de computação não ensina os alunos a fazer pesquisas na internet, fazendo com que alguns deles precisem pagar pras suas pesquisas serem feitas,. Na Química, eu deveria lecionar sobre compostos dextrógeros e levógiros aos meus alunos, que não sabem porque fazemos sabão com gordura (que pode ser feito em casa, inclusive) e na Física, deveria tratar de equação de Torricelli e não mencionar que, depois da água ferver, pode-se baixar o fogo, etc, etc e etc.

Além disso, pouco vejo os alunos serem tratados de modo horizontal, com respeito, sem argumento de autoridades, ou sem aquela empáfia de que o professor é o detentor do conhecimento, e que vai tirar os alunos das trevas da desinformação.
Não vejo professores conversando com alunos, questionando se a aula está condizente com o que ele espera, se a explicação é suficiente, ou se o aluno acredita que aquilo é útil pra ele, tampouco pedindo uma avaliação de seu trabalho. Pouco se vê professores questionando se os alunos sabem de seus direitos enquanto alunos, se o aluno está sendo assistido de modo eficiente em todas as esferas de atuação da escola, ou se ainda os alunos sabem como e porque os fardamentos são dados sem custo nenhum pra eles, já que custam muito caro pro Estado.

Não é uma prática comum, e isso não é comum de se ver pelo país afora, ter o aluno participando efetivamento do processo de Ensino e Aprendizagem, não apenas como um mero espectador das aulas apresentadas.

Por uma questão de pressão forte da comunidade religiosa local, a maioria dos professores não trata de questões que envolvem sexo, e prevenção de gravidez não planejada (ah um alto índice de mães adolescentes, que não ficam solteiras pelas pressões das familias para que haja um casamento -  o que parece não funcionar muito, dado que muitas das jovens acabam por virar mães solteiras depois de alguns meses...).

 
Esse é o Ruan, filho de uma aluna minha (ele sempre assiste as aulas junto com a mãe... vai ficar esperto esse ai viu hehehe). Ah, o Ruan é o pequenininho tá!? 
O maiorzinho sou eu, apesar de ser tão criança quanto ele kkkkkkkkkkkkk.


Bem, não quer dizer com tudo isso, que sou um ótimo professor, que tratos os conteúdos com atividades instigadoras e que consigo fazer meus alunos entender tudo, tendo como resultado uma boa avaliação deles e minha (ah, sobre esse assunto, preciso fazer um comentário: quando o aluno faz uma prova, o professor também é avaliado. A resposta incorreta pode ser por conta do aluno não ter estudado, ou por conta de uma explicação não eficiente, resultando no não aprendizado, consequentemente na resposta errada na prova!), e tudo mais que acho que deve ter.
Inclusive, deixo claro que, sou humano. Erro, me chateio com alunos, fico bravo, fico triste, penso em desistir... porém, sei reconhecer um erro, adoro quando um aluno me ajuda com uma explicação (mesmo que seja dizendo que eu estou errado hehehe) e fico feliz, quando vejo a cara de "entendi professor!" que os alunos fazem normalmente na sala. Enfim, aos meus pares: tentem valorizar seus alunos. Os resultados valem o esforço.

Ah, só uma informação: entramos de férias no dia 07/06, por conta do estado de calamidade no Estado de Roraima (depois eu falo disso).
Em muitas localidades do interior (principalmente nas zonas rurais), o regime de cheias dos rios fechou as estradas das vilas, impedindo alguns alunos de chegar às escolas. Com isso, a Secretaria de Educação suspendeu as aulas na rede estadual. Vamos voltar no dia 04/07, se a água deixar...

É meus caros, o Brasil é grande mesmo, e há muitas realidades distintas nesse país.

Diz quem foi que inventou o analfabeto
E ensinou o alfabeto ao professor

6 comentários:

Marcelo disse...

Parazinho, muito interessante seu questionamento sobre a valorização do professor. Tem um "rapaizinho", chamado Fernando Almeida, a quem tive o prazer de assistir uma aula, que diz exatamente sobre isso.
Palavras dele: "Por que o conselho de classe é sinônimo de conselho dos maus? Por que é um local de maledicência?... As escolas deveriam se preocupar com os Bons alunos!"

E é exatamente isso, discutir os "maus" é valorizar as más práticas, ao passo que discutir os "Bons" é valorizar todas as qualidades que tornam cada aluno um ser humano virtuoso, com qualidades que o tornam um "bom" aluno.


Gostei!

Bj

João disse...

Sempre bom receber notícias suas ;-). Keep up the good work!

DORFO disse...

arriégua, giorgio, muito bom. lembre-se sempre de que 'malandro é o sapo...' hehe
abraço

Bruno Branta Lopes disse...

Que relato George! A experiência aí realmente parece estar sendo fantástica, tem sempre um valor muito grande trabalhar com tanta diversidade.

Além das novidades em sua vida pessoal, que como amigo fico muito feliz em receber, os pontos em relação ao sistema de educação me chamaram atenção. Eu tenho prestado atenção a esse tema ultimamente e tenho procurado imaginar como as tecnologias vão influenciar isso.

Eu estou convencido de que o buraco é mais embaixo, que o próprio sistema de educação é algo que vai ter que ser recriado, e muitos dos motivos são esses citados aqui.

No entanto, acho que é possível revolucionar aos poucos. Na linha do que você estava falando, como através dos livros podemos ter acesso aos pensamentos dos caras mais fodas da humanidade, na internet hoje em dia podemos literalmente ter aulas com os maiores professores ou especialistas de várias áreas. E isso vai revolucionar a educação, naturalmente.

Nós estamos começando a fomentar essas idéias no blog da e-Social, acho que sua opinião é muito relevante nessa discussão.

Sucesso nessa empreitada George, tudo de melhor pra você! Grande abraço

Maíra disse...

George Leandro Porcão,
se você continuar escrevendo sobre tudo, a gente vai ficar sem palavras pra comentar! rsrs... É bonito ver sua animação e a vontade de aprender e de ensinar, acho que a troca importante é essa! Em qualquer canto do Brasil, com qualquer pessoa. Parabéns!

Anônimo disse...

Que coisa. Fui professora universitária por um bom tempo, e minha sensação sempre foi muito próxima à sua. Parece que nada mudou, o distanciamento entre o que as pessoas estudam e sua realidade continua o mesmo. Pensava que isso estava se alterando no médio e fundamental, mas parece que não, né?
E o mais engraçado, quando você está na Universidade, é que os próprios alunos resmungam quando a gente propõe algo diferente, como abolir o tal livro-texto, trocar provas por trabalhos práticos... parece que está todo mundo muito confortável no esquema "professor-finge-que-ensina-aluno-finge-que-aprende".
Mas eu tenho pra mim que o mundo pertence aos chatos. Àqueles que se indignam, que quebram a rotina, que cutucam, que desafiam... então, acho que a solução é essa mesmo: ser chato, questionar, sair da zona de conforto, aturar os resmungos... e fazer alguma coisa diferente!
Força aí, George, continue fazendo a diferença. Seus alunos merecem. e você, sem dúvida, mais que merece dezenas, centenas de "entendi, professor"!

Vick